Tinta da solidão



‎Sozinho, numa praia distante...
Aprisiono o som das ondas do mar numa tela
Que pinto com a tinta da solidão.

Os dias de alegria já se esvaíram,
Resta-me o azul do mar como companhia
E o som das ondas que tento aprisionar.

Perdi a minha identidade com o tempo
Porque quis ser aquilo que não sou nem vou ser…
Não me reconheço mais,
Já não me revejo no brilho das estrelas.

Estou só nesta ilha perdida,
À procura de mim em mim
Na ânsia de voltar a ser o que outrora fui.

E quando esse tempo chegar,
Abrirei um portal que me levará desta ilha
E então o som das ondas ficará preso em mim, para sempre.

Foto: Arraial d'Ajuda 2007 de Lívia