Não vivo, existo!

Tanto sonho que tarda em despontar,

E o tempo que foge por entre os dedos,

Tanto suspiro atirado para o ar,

Na ânsia de calar todos os medos.


A verdade é que não há mais tempo…

Não há mais tempo para viver!

O relógio parou sem avisar

E a verdade é que me sinto a desfalecer!


Estou quase sozinho…

Tenho-me a mim mesmo como companhia,

E nem isso me deixa sossegado

Porque a noite está escura e fria…


E este sofrimento que me destrói o corpo

Comprime a alma e me derrete o coração…

Este sofrimento que ninguém se atreve a vencer

Quando o mais simples é estender uma mão!


Uma palavra de amizade ou um simples gesto…

É que a ausência de tudo isto

Só consolida a ideia de que não presto!

E cada vez mais penso que não vivo, existo!


Foto: Give me your hand de Névio Dias