A tua natureza é inexistente

Procuro-te na vegetação
Que a natureza,
No mais encantador dos esforços,
Decidiu brindar
Com as gotículas mais límpidas.

Diz-me como é
Caminhar sobre o chão húmido,
Conta-me
Como respiras este ar fresco,
Vamos, peço-te.

Volta-te, olha para trás,
Não deixes as minhas perguntas
Perdidas nos ramos das árvores,
Responde-me naquele tom
Verdadeiramente amoroso.

Fala para mim,
A tua suave voz aquece o meu Ser,
E a manhã está fria,
Uma manhã perdida
Neste mês de Inverno gélido.

Quero ouvir-te falar,
E a água do riacho também,
Apressa-te antes que,
Tanto eu como ela,
Sigamos o nosso eterno caminho.

Mas insistes em ficar calada,
Chego a questionar a tua existência,
Estarei louco, contagiado pelo frio,
Ou nada mais és que ilusão,
Um vulto que à minha frente segue.

Como um fantasma, pairando,
Tentando, quem sabe,
Mostrar o caminho que devo seguir,
Uma linha traçada no tempo,
Um destino adverso, mas com paixão.
Foste embora pela janela aberta


A alegre brisa que entra pela janela,
Não é mais do que uma mensageira,
Percorreu longos caminhos,
Para me brindar com o teu amor.

Uma suave voz me entrou pelo ouvido,
Disse-me para acordar,
Tirou-me deste sonho quase perpétuo,
Chamou para a vida, um distraído.

Deixei-me contagiar por ti,
Primeiro o som melódico da tua voz,
Depois o teu olhar penetrante,
Seguido do teu sorriso astral,
E por fim, todo esse teu ser esplendoroso.

Que queria eu mais deste mundo,
Era amado e amava quem desejava,
Não caminhava perdido, vagabundo,
Tinha consciência dos passos a dar.

Agora, tudo teve um fim,
E apoiado na mesma janela (ainda aberta),
Procuro no sol restos de ti,
Mas nada, tudo passou, e eu aqui.
As mais belas frases de Amor
Homenagem a Mário Quintana
Coração solitário

A noite está aprisionada na janela aberta,
Uma rua perdeu-se na obscuridade lá embaixo,
Não existe esta rua - é um quelho surrealista
que escapou de alguma tela louca que não vi.

Escuto o meu coração luminoso e solitário
Com a sua música estranha de instrumento bêbado,
No reflexo, meu olhar: duas chamas de estrelas,
Não sei se é o vento, sei que há música na noite.

Há música no quarto, nos cortinados, música
Nos meus cabelos despenteados, nos meus dedos,
No meu vulto, entra e sai pela janela.

Música indeterminada a encher a solidão:
- estou no ventre da noite a mexer com os meus sonhos,
Escuto o meu coração luminoso e solitário.
Encontro com o amor

Passeava eu pelas amargas ruas,
Procurando abafar as mágoas,
Quando te deparas-te comigo,
E nesse momento, a luz surgiu.

De novo ganhei vida,
Ganhei cor e pude voltar a viver,
A responsável por tão grande mudança,
Foste tu minha pérola.

Controlas os quatro elementos,
E a mim também,
Eu gosto de ser assim orientado,
De um modo que me sinta seguro.

Quem me dera nunca te perder,
Gostava de estar sempre contigo,
Até para lá da morte,
Pois para mim, o amor é uma vida dentro de outra.

No amor vamos morrendo,
E nascendo também, por vezes
A morte real acontece uma só vez,
E acaba connosco para sempre.

Devemos porém ter receio
Daquilo que pode um dia morrer?
Ter medo não vai adiantar,
Pois eu só nasci para te amar.
Borbulhas de amor


Um vídeo onde é notória a perfeita concordância entre a palavra e a imagem.
WC - Uma história de amor.
Tudo por amor...


Um vídeo tudo-nada engraçado sobre o amor.
Um “incendiário delirante”


Quero atear fogo por todo o lado,
Não o fogo que consome as florestas,
Mas aquele que faz bater corações,
Que faz tremer de amor o corpo mais gelado.

Quero sobretudo chegar a ti,
Aquecer o teu corpo em contacto com o meu,
Nada demais, apenas num momento romântico,
Que ambos esqueceremos, jamais.

Digamos que, fogo que assim queima
Deixa nos corpos apaixonados uma marca,
Que nem água nem sabão conseguem,
No mais vivo dos esforços, apagar.

Mas, que pena, tu pareceres imune,
Não reparas, sequer, que eu estou aqui,
Não só não aceitas o fogo que te ofereço,
Como acentuas a distância entre nossos corpos.

Realmente, que me deu para poder pensar em tal,
Eu e tu, dois corpos juntos pelo amor,
Estaria, estou, estarei…
A delirar com certeza, mas de amor por ti.
Querida, onde te posso encontrar?

Querida, onde te posso encontrar?
Procuro por ti noite e dia,
Nada, nenhuma notícia tua,
Não sei onde ir agora, em tua procura.

Já procurei na Terra inteira,
Querida, onde te posso encontrar?
Nem na terra nem no mar,
Nas montanhas e nos vales também nada.

Já viajei pelo Sistema Solar,
Não me apercebi de ti em parte alguma,
Querida, onde te posso encontrar?
Fico louco já, de não te ver.

Cheguei a vasculhar o Universo,
Mas, como é óbvio, em vão,
Agora sim desisto,
Querida, onde te posso encontrar?

O tempo de reflexão chegou,
Questiono-me porque não apareces,
Afinal não precisas de responder,
Sinto, sinto que vives em mim.
Querer o impossível destrói-me

Bebi demais, sinto-me atordoado,
As dores de cabeça são imensas e fortes,
A custo vagueio pelas ruas,
Gostava de ter um tecto, um amor.

Ser acolhido por quem amo,
Nunca mais voltar a estar nesta situação,
Não ter de afogar as mágoas no álcool,
Que me destrói por dentro.

Um interior que devia ser dominado
Por ti, amor,
Desejo submeter-me aos teus caprichos,
Satisfazer as tuas necessidades.

A tua imagem surge mesmo à minha frente,
Depois o teu vulto, e por fim todo o teu Ser,
Começas a caminhar,
Com dificuldade acompanho-te.

Agora que te vi, não te quero deixar,
Quer tenha de ir de rua em rua,
Bairro em bairro, cidade em cidade,
País em país, continente em continente.

Nunca te quero deixar desaparecer,
Mas passados uns poucos de metros,
O teu Ser desvanecesse,
E eu caio de joelhos no chão.

E choro, choro por te deixar partir,
Não consegui que ficasses comigo,
Onde eu queria que ficasses,
Ou será que as tuas intenções eram outras?

Realmente, que ideia a minha,
Nós, um Ser único!
Ah, que mania a minha de querer o impossível,
Sabendo que esta ambição me acaba por destruir.
O perfume do amor…

Os ramos das árvores,
Que bailam ao vento,
Agitam o coração das pessoas,
Por breves momentos.

E eu, daqui de cima,
De um prédio esguio,
Vejo os corações seguirem,
Por um espinhoso fio.

Qual o seu fim,
Ninguém o poderá dizer,
No fundo posso afirmar,
Que cada um tem o que merece.

Eu não te mereço,
És muito mais Ser que eu,
A essência da vida está em ti,
E eu, aqui, a desejar-te.

O perfume da cidade,
Eleva-se, chega até mim,
Traz-me mensagens tuas,
Novas eternas de amor.

O amor que sinto por ti,
É maior que a cidade,
Daqueles que aparece,
Independentemente da idade.

Para sempre eu te vou amar,
Até aos meus últimos segundos,
Até mais se puder,
Depois o amor perderá o seu aroma.