Memórias do que não consegui



Hoje olho para trás e sei que tudo valeu a pena,
Cada instante, cada memória…
Não sinto arrependimento em nada que tenha feito
E sei que voltaria a fazer tudo do mesmo jeito.

Voltaria a sentar-me debaixo das estrelas,
Voltaria a correr por entre as gotas de chuva,
Voltaria a pisar as folhas caídas no jardim,
Voltaria a sonhar o impossível…

Se tudo foi do meu agrado?
Nem tudo…
Se tudo poderia ter sido diferente?
Poderia…
Seria hoje a mesma pessoa?
Sem dúvida que não.
Valeu a pena?
Claro, todos os segundos!

Mas não devo ficar muito tempo neste estado,
Olhar o passado deve ser um momento breve
Porque o futuro chama por nós constantemente
E o presente passa a correr sem pedir autorização.

Amanha algo de extraordinário acontecerá,
Eu sei que assim vai ser
Porque quem se esforça terá a sua recompensa
Algo que me alimente ainda mais a vontade de viver!

Luto por coisas grandes, muito maiores que eu…
Se vou conseguir lá chegar? Não sei.
Mas não quero que tudo seja uma memória
De algo que não atingi porque me limitei a esperar. 


Foto: Dá-me a tua mão de Ana Rita Vaz Cruz