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Foto de Gustavo Bettini e Lia Lubambo |
Cá estou eu,
Mais uma vez sentado no chão da minha varanda,
Debaixo de um céu repleto de estrelas...
É verão, as noites são quentes
E o sono tarda em chegar.
É apenas mais uma de muitas noites
Que fico acordado até o sol nascer.
O silêncio da noite tem tanto de belo como de assustador
E, na minha cabeça, tudo parece mais confuso.
E nada fica mais claro, nem com o amanhecer.
Vejo no horizonte uma estrela que cai,
Um momento tão rápido
Que quando volto a abrir os olhos, já se foi.
Peço mais uma vez, uma vez mais...
Que aquele meu desejo se torne realidade.
É na solidão da noite
Que os meus medos desaparecem (ou não),
Porque aquilo que não vemos não nos assusta
E eu fecho os olhos para não ver.
Mas eu sinto, e eu não consigo deixar de sentir...
Não há forma de não sentir a tua ausência...
Olho para o lado e tu não estás.
E então baixo a cabeça
Porque já nem no brilho da lua te reconheço,
A tua fragrância perdeu-se na brisa que passa
E a minha pele desconhece já o teu toque.
Prometi a mim mesmo que não mais choraria por amor,
Promessa que vai escorrendo pela minha face ,
Porque depois de ti nunca mais fui o mesmo,
Porque me entreguei demasiado e pouco restou,
Porque me perdi de mim e não mais me encontrei...
E a cada vez que me tento levantar
Há uma força que me puxa para baixo.
Estas amarras que prendem e me puxam,
Estes sentimentos que impedem de continuar...
Estou esgotado de lutar contra estas forças invisíveis.
E é mais fácil estar aqui,
Sentado no chão da minha varanda.
Onde restam apenas os meus pensamentos,
Onde resta aquilo que sobrou de mim,
Onde nada resta.