Não me resta nada,
Apenas uma dor imensa no peito,
Não há sequer força para lutar,
Nem um ponto de apoio para recomeçar.
A felicidade, aos meus olhos, não existe,
Pensei ter sido feliz mas hoje duvido…
Quando num dia era bestial e passei a ser besta,
Quando afinal de contas nada foi realmente bom.
Quando já não se sabe o que fazer ou dizer,
Quando o nevoeiro se vai desvanecendo
E ainda custa ver o que se passa à nossa frente,
Custa ver o sol que se põe no horizonte…
Custa aceitar o destino duro e frio como ele é,
Dói sentir a alma ser trespassada pelo gume da escuridão.
E ainda mais que isto tudo
Dói ter sido eu a dar a ignição.
Toda uma série de eventos que me destroem.
Sou um suicida da minha alma
Que aos poucos lhe vai pondo termo
Até que um dia já não haverá mais nada para destruir.
Um dia já não voltarei a acordar,
Já não lutarei por causas perdidas,
Já não terei de viver comigo mesmo…
Aí acredito que serei feliz.
Longe de mim, longe do mundo…
Longe desta minha rosa com espinhos (destino),
Longe daqueles a quem fiz sofrer
Longe da vida que fui obrigado a viver.