À beira da estrada




E não é que até me consigo acostumar,
Sentado aqui à beira da estrada.
Onde posso descansar da minha longa caminhada,
Olhando para trás,
E observando cada trilho que tomei.

E não é que até me sinto bem,
Mesmo debaixo deste sol abrasador.
Baixo a cabeça em direcção ao solo
E nele vejo desenhada a minha sombra,
A única e fiel representação de mim mesmo.

Às vezes é preciso uma pausa,
Um breve descanso,
Uma inspiração profunda e uma expiração aliviante.
Às vezes é preciso recarregar baterias,
Motivar a vontade que nos guia.

E é aqui que me encontro,
Sentado na berma da estrada.
Sozinho comigo mesmo, entre pensamentos,
Recordações de um passado longínquo,
Que me visita de tempos a tempos.

A hora de arrancar está próxima,
Levanto-me, já com o fôlego reposto,
Olho para o horizonte,
Onde o sol está prestes a desaparecer,
E dou um passo em direcção ao desconhecido.

Não interessa a distância que terei de percorrer,
Nem quantos dos meus passos se perderão no tempo.
Sei que te vou (re) encontrar.
E meus olhos azuis olharão teus olhos verdes,
Um olhar que me trará a paz e a calma que eu persigo.