Recordações...

Fala-me de amor, ousas-te tu pedir,
Ao canto, nesse banco de jardim,
E a barreira à nossa frente
Nos impedia de pisar a relva.

Rompiam a despontar memórias,
O vento suave arrastava as folhas do velho carvalho,
Era já tarde, quase noite,
E começavam a despontar as histórias…

Olhei sem qualquer receio,
Antes, quando me deitava no teu peito, eras rio,
Ambos trazíamos os pés calçados com asas,
Que faziam o chão mais leve que algodão.

Sabes?
A cidade está envolta em devaneios,
Guardo só para mim as sensações dos velhos tempos,
Pois agora somos dois carvalhos perdidos na cidade.

Cidade que viu o suave toque dos nossos lábios,
Cheirou o perfume do teu corpo,
Ouviu o alegre encanto da tua voz,
Para mim, perdido, são apenas recordações.