Reescrever o passado

Como é suave este vento tardio de inverno…

Um pouco gelado, sim!

Confesso que já tinha saudades…

Saudades de escrever sentado na rocha fria

E sentir a brisa gélida conservar o meu corpo.


E olhar a montanha pintada de branco…

E o branco faz lembrar aqueles tempos de criança

Em que bonecos de neve eram concebidos pelas minhas mãos!

As mãos tenras de uma criança em aprendizagem…


Tempos de outrora que resistem à passagem do tempo

E em recordações surgem, de vez em quando!

E este sentimento nostálgico apressa-se a desaparecer

Quando a ponta da caneta toca o papel,

Na ânsia de tentar reescrever a história.


Voltar atrás no tempo…

Modelar a neve tal como um escultor,

Não esquecer cada pormenor!

E no fim, estando o boneco feito, ver o sol

Lentamente levar tão árduo esforço!


E assim foi ano a ano…

Até que desisti!

Deixei a “obra de arte” derreter de vez

E nunca mais me atrevi a dar-lhe vida!

Um dia talvez… voltará a ganhá-la!


Foto: Neve de Nelson Medeiros

2 Responses
  1. Amor Says:

    lindo poema ,mas ,bom é nunca desistir!


  2. Sandro,

    Sempre há um dia em que este sentimento nostálgico nos toma em suas mãos, dá-nos a sensação de sentir o passado de volta, mas quando tentamos personifica-lo ele foge, sempre foge...mas sempre há um momento em que podemos captura-lo, então tente sempre...e no tentar sempre nascer lindas poesias...bjs