Uma réstia de Esperança!
Sandro Miguel Lourenço Gomes
Quando a alma já não esconde a saudade
E o corpo responde por necessidade…
Quando o olhar já não consegue mentir
E as palavras já não se fazem ouvir…
E esta imensa tristeza que me invade,
Esta melancólica dor que quero apagar!
Mas não consigo, nenhuma força resta em mim…
Estou só e, oficialmente, vencido!
Caí no esquecimento…
Eterno desassossego que não me deixa viver,
Espinhos cravados no coração
Que fazem o corpo sofrer e a alma sucumbir!
A realidade está-me marcada no corpo
Como quem foi chicoteado pelo tempo
E aprendeu, por necessidade, a sobreviver…
Só resta a ilusão, a única porta aberta!
Esta dor de cabeça que teima em não passar,
Não aguento esta dor que é tão forte!
Algo acontece em mim…
Algo de mau teve inicio e eu não consigo parar!
Estou sem respostas por enquanto…
A esperança é pouca, mas não é nula!
E quando a luz brilhar sobre a escuridão
O meu corpo se erguerá e a alma renascerá!
Foto:
A luz interior de
José Ramos
Bela composição (blog, palavras e imagem). Parabéns!
Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma tijela de cerejas. As primeiras, ela chupou-as displicente, mas percebendo que faltam poucas, até rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabarolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando os seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projectos megalómanos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milénio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos factos a limpo".Detesto fazer acareação de desafectos que lutaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:"as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".O meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.Quero a essência, a minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na tijela, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir dos seus tropeções, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados e deseja tão somente andar ao lado do Bem.
Caminhar perto de coisas e pessoas verdadeiras, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes,nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena.
Autora Desconhecida
Olá Sandro
O importante é não perder a esperança e acreditar que tudo é possível.
Abração