Segredos que quero partilhar

Procuro-te nas frias ruas de Londres,
Sou infinitamente louco,
Não devo estar em mim para sair assim à noite,
Agora que o frio se faz sentir com maior intensidade.

Vagueio pelas ruas à procura,
Sinceramente não sei bem de quê,
Paro nas margens do Tamisa,
E vejo as águas estáticas.

Deixam-me contagiado e paro também,
Penso agora como seria se estivesses aqui comigo,
Os segredos que tenho para te revelar,
Abrir o meu coração e dizer-te o quanto te amo.

Estou gelado, mas mesmo assim fico,
Fico a pensar no que poderíamos fazer juntos,
Percorrer os parques e observar a lua
Por entre as ramagens das grandiosas árvores.

Poderia dissertar um poema de amor,
Para exprimir o que sinto realmente por ti,
Poderia olhar-te e acariciar o teu cabelo,
Encher-te de mimos e pensar, mesmo assim, que é pouco.

Poderíamos observar o Big Ben,
Ver as horas passarem, e o chegar do amanhecer,
Sentir que o tempo que tenho para te amar,
Não é nada mais que um simples “piscar de olhos”.

O pensamento ilude-me,
Faz-me ver coisas que são de todo impossíveis,
Atrevo-me a abandoná-lo agora,
Não conseguindo permaneço imóvel.

Sozinho nesta noite gélida,
Aponto os segredos que gostava de partilhar,
Mas não estás aqui comigo,
Pelo menos fisicamente, pois tenho-te no pensamento.
A neve que cai lá fora é um sonho

O dia está pintado de branco,
As pessoas correm para o exterior das suas casas
Apesar da temperatura se situar em valores negativos,
A neve convida à liberdade.

As pessoas correm pelas ruas, extasiadas,
Como se se tratasse de uma bênção,
E eu aqui dentro, no quentinho,
Observo, escrevo, penso com o coração.

Um tudo-nada confundível,
Surge o teu vulto na imensidão branca,
A neve parece derreter à tua passagem,
O teu calor aquece, aquece o meu coração.

Atrevo-me a sair assim de casa, à pressa,
O frio faz-me procurar um agasalho,
Mas ao pé de ti, todo o frio é calor,
E todo o calor é inferno, ardente.

E assim caminham duas almas
Pela imensidão de neve, pura,
Por caminhos sem quaisquer armadilhas,
Onde perdura o níveo, a brancura.

Tal cenário, inspira à exaltação de sentimentos,
Aqueles mesmos que sinto por ti,
O amor com a chama da paixão bem luzidia,
Parece não passar tudo de um belo sonho.

E não é que acordo momentos depois,
Sou completamente dominado pela angústia,
Porque é que os sonhos não se tornam realidade?
O ideal faz do homem um boneco.

Uma marionete que usada pelas mãos erradas,
Nos fazem morrer a todo o momento,
Mas usado por ti, seria bem melhor,
Seria realizar o meu grande sonho.

Sabes agora que ter-me no teu peito
É o que eu mais almejo,
É viver o sonho, mas no mundo real,
É sermos um só, um Ser único e puro.
Amor pela Natureza... pelos Outros... O que é afinal o Amor?


Algumas imagens podem ferir a susceptibilidade das pessoas mais sensíveis.
Amor
Ao poeta
O poeta é destro...
Canta a alma...
E encanta...

Em versos reversos...
Escreve...
Amor / paixão...
Amor / solidão...

E admiro este versejar...
Pelo meu coração...
Pela minha inspiração...
Pelo meu versejar...
Seja eu somente...
Amor ou ilusão...

Em versos desnudos...
Eu falo de mim...
Eu falo de ti...
Eu falo de nós...
Eu canto o amor...
E descrevo a solidão...

E assim é o poeta...
Mente atrevida...
Sempre aberta...
Com papel e caneta...
Expressa as suas emoções...
De uma forma tão natural...

Com carinho dedico a todos...
Poetas e poetisas deste jardim...
Que se chama vida...
Sonho contigo, acordado
Ao deitar-me, sinto-me agitado,
Talvez por que saiba que irei pensar em ti,
Enfim, nada posso fazer para contrariar
Um facto, és demasiado importante para mim.

Já deitado dou comigo a pensar,
Penso acerca do Universo,
E como tu és idêntica a ele,
Duas imensidões no meio do nada.

Permaneço no pensamento,
Agora acerca de uma gota no mar,
E tu que conténs todos os oceanos,
É enorme a vastidão do teu ser.

Quem me dera não pensar mais,
Deixar de parte todo o sofrimento,
Sem de ti ter de abdicar,
Sê minha Rainha, para que eu possa ser Rei.

Quanto menos em ti quero pensar,
Mais em ti penso,
Será o teu Ser inesquecível,
Ou sou eu que faço de ti Universo.

Uma coisa é certa,
Desconheço o motivo de te lembrar a todo o tempo,
Será que nunca te irei esquecer, ou
Estarei eu já a sonhar, acordado…
O amor não se guarda, mostra-se
Tudo o que mais queria neste mesmo instante
Era percorrer o mundo contigo,
Mostrar-te algo que ainda não experimentas-te,
Não deixar o meu amor esquecido numa estante.

Este sentimento que por ti tenho,
Ainda não o senti por ninguém,
É um sentimento tão forte, tão …
Há falta de melhor palavra vou-lhe chamar amor.

Um amor incaracterístico,
Com a chama ardente da paixão pintada de escuro,
Com um coração gelado pela distância entre nós,
Um amor que, para mal de mim, não passa do mundo ideal.

Sofro dia-a-dia por não poder dizer o quanto te amo,
Sinto-te cada vez mais distante,
Tenho medo de te perder para outros braços,
Que possam vir a amparar o teu corpo gracioso.

Procuro, hoje, ganhar coragem para te cantar
Os mais lindos versos de amor,
Como cantar não é bem o meu forte,
Escrevo estes simples versos que são capazes de encantar.

Tanta tinta gostava eu de fazer correr,
Nestes papéis que transparecem vida,
Gostava de te cantar neles,
Nunca te deixar só, perdida.
Não leves o calor que me aquece
Junto à lareira escrevo,
Relembro agora, situações passadas,
Escrevo com gosto,
Escrevo até que, com calma, me doa a alma.

Tristes redordações assolam o meu ser,
Trazem até mim um passado
Pesado, sinto-me neste momento,
Já nem sentado me aguento.

O calor faz-me mole,
Cria em mim sentimentos de loucura,
Uma loucura comedida,
Uma loucura que me leva até ti.

Longe estás, meu amor,
Neste barco que é a vida,
A oscilação faz-me adormecer,
Espero que não seja em vão.

Dormindo sonho contigo,
Sonhando, contigo quero estar,
Entras no meu sonho perdido,
Como quem entra no mar.

Mar que inunda o meu coração,
Tira-me o sofrimento,
Dá-me carinho e afecto,
Aquece-me a razão.

Contigo vivo os prazeres da vida,
Sugas todo o meu amor,
Porque na verdade o permito,
Tudo te dou e nada te nego.

Para onde foste agora,
Fechei os olhos e desapareces-te,
Volta por favor, trás de novo o calor,
O calor que me aquece.
Eu, privado de ti
Chegou a Primavera,
As flores vibram de euforia
No exterior, sob um sol ainda muito tímido,
E eu ainda privado de ti.

Chegou o Verão,
Os guarda-sóis abrem-se,
Abrigam as pessoas do sol tórrido que se faz sentir,
E eu permaneço privado de ti.

Chegou o Outono,
O vento espalha nas ruas,
As folhas que até então estavam quietas nas árvores,
Eu continuo privado de ti.

Chegou o Inverno,
O frio vem atormentar as pessoas,
Que se refugiam no interior das habitações, com quem amam,
E eu aqui, privado de ti.
A cidade que comigo passou
À parte, numa colina verdejante,
Olho para baixo e vejo
A cidade, serena, intocável.
Recordo todos os bons momentos que lá passei.

Com os olhos fixos nela,
Tento encontrar motivos de atenção,
Ao fundo, olha para mim a torre da igreja,
O sino parece tocar ao ritmo do meu coração.

Sinto as janelas a abrirem-se para mim,
Fico nervoso, ao ser assim observado,
Dirijo o meu olhar para outro lado,
Para a atmosfera envolvente à cidade.

Hoje, mais que ontem,
Acentua-se a neblina matinal,
A brisa gélida que passa por mim,
Vai dar cor ao rosto das pessoas da cidade.

Estas, caminhando de um lado para o outro,
Procuram algo,
Não tenho a certeza do que possa ser,
Talvez corram para igreja.

É domingo, a missa já teve início,
E eu aqui no alto, a imaginá-la,
É apenas uma repetição daquilo que,
Já presenciei várias vezes.

A monotonia já não me atrai,
Busco algo de novo, diferente,
Que visto daqui de cima,
Parece uma estrela reluzente.

És tu, tal como vieste ao mundo,
Esqueces-te a janela aberta,
E sem querer eu te observei,
Qual deusa grega, qual ninfa, és tu.

Desejaria estar contigo agora,
Dar-te a provar do meu amor,
Partilhar contigo o céu azul que nos encobre,
Oferecer-te o mel que é negado aos deuses.

Mais valiosa que o universo és,
Não consigo sequer dar-te um valor,
És a verdadeira essência da natureza,
Ao pé de ti tudo vale nada.

E eu que daqui te observo,
Vejo as tuas fenomenais formas,
Quem me dera nunca te ter visto,
Pois agora sinto uma forte angústia.

Sofro, pois não me queres,
Quero-te e não te posso ter,
Mas que poderei eu fazer,
Travar uma guerra que já tem destino certo.

Perdi a batalha única,
Aquela que decidiria a guerra,
Tive de subir do fosso onde me atiraram,
Chegado cá cima só queria não ter de lá voltar.

A cidade agora é escura,
Dominada pela solidão eterna,
Não percebi a passagem do dia,
Agora é noite, nada vejo para além das luzes citadinas.

Atrevo-me a regressar à cidade,
Não consigo, é impossível,
Agora é tarde de mais,
A vida passou, e eu com ela.