Bebi demais, sinto-me atordoado,
As dores de cabeça são imensas e fortes,
A custo vagueio pelas ruas,
Gostava de ter um tecto, um amor.
Ser acolhido por quem amo,
Nunca mais voltar a estar nesta situação,
Não ter de afogar as mágoas no álcool,
Que me destrói por dentro.
Um interior que devia ser dominado
Por ti, amor,
Desejo submeter-me aos teus caprichos,
Satisfazer as tuas necessidades.
A tua imagem surge mesmo à minha frente,
Depois o teu vulto, e por fim todo o teu Ser,
Começas a caminhar,
Com dificuldade acompanho-te.
Agora que te vi, não te quero deixar,
Quer tenha de ir de rua em rua,
Bairro em bairro, cidade em cidade,
País em país, continente em continente.
Nunca te quero deixar desaparecer,
Mas passados uns poucos de metros,
O teu Ser desvanecesse,
E eu caio de joelhos no chão.
E choro, choro por te deixar partir,
Não consegui que ficasses comigo,
Onde eu queria que ficasses,
Ou será que as tuas intenções eram outras?
Realmente, que ideia a minha,
Nós, um Ser único!
Ah, que mania a minha de querer o impossível,
Sabendo que esta ambição me acaba por destruir.