A tua natureza é inexistente

Procuro-te na vegetação
Que a natureza,
No mais encantador dos esforços,
Decidiu brindar
Com as gotículas mais límpidas.

Diz-me como é
Caminhar sobre o chão húmido,
Conta-me
Como respiras este ar fresco,
Vamos, peço-te.

Volta-te, olha para trás,
Não deixes as minhas perguntas
Perdidas nos ramos das árvores,
Responde-me naquele tom
Verdadeiramente amoroso.

Fala para mim,
A tua suave voz aquece o meu Ser,
E a manhã está fria,
Uma manhã perdida
Neste mês de Inverno gélido.

Quero ouvir-te falar,
E a água do riacho também,
Apressa-te antes que,
Tanto eu como ela,
Sigamos o nosso eterno caminho.

Mas insistes em ficar calada,
Chego a questionar a tua existência,
Estarei louco, contagiado pelo frio,
Ou nada mais és que ilusão,
Um vulto que à minha frente segue.

Como um fantasma, pairando,
Tentando, quem sabe,
Mostrar o caminho que devo seguir,
Uma linha traçada no tempo,
Um destino adverso, mas com paixão.