Nas mãos do tempo
Sandro Miguel Lourenço Gomes
Estou sentado na varanda da minha sala
A olhar a lua nesta noite escura…
O vento, suave, traz o som dos grilos
Uma melodia constante e monótona.
É quase verão!
E eu aqui sozinho…
Já à muito me habituei a esta condição,
Eu e o meu pensamento,
(Pelo menos esse não me atraiçoa)
Perdidos na noite escura!
Sou um utensílio nas mãos do tempo,
Se bem que não tenho qualquer uso…
Limito-me a ficar aqui, sentado,
A ver as memórias serem levadas pelo vento,
Conto estrelas, de noite, para distracção minha.
E estas amarras que me prendem a alma,
Que me sugam as energias, poucas…
Os espinhos que ainda trago cravados no coração
E as marcas que se espalham pelo corpo, tantas…
Sou um corpo que o tempo transformou em cadáver!
E não tenho forças para alterar tudo isto
Não consigo construir um futuro melhor!
Vou continuar a ser uma marioneta nas mãos do tempo
E vou acreditar que um dia será o ultimo,
Pois já nada me faz voltar a viver, de novo…
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Fernando Teixeira
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