Esses tempos inspiradores cessaram
E o poeta viu-se obrigado a descansar.
Pousou a sua pena e fechou o caderno,
Regressou à realidade e a sua alma relaxou.
Não mais pensou em sofrimento ou dor,
Paixão ou amor.
Não mais olhou adiante,
Nada mais quis com o impossível…
Partiu do mundo dos sonhos
Sem qualquer destino definido.
Apenas um bilhete na mão para destino nenhum
E partiu à procura de nada.
Completamente envolto na ausência de si,
Perdido nas intermitências da sua vida,
Um amontoado de recordações e memórias fugazes
Que o tempo a todo o esforço quer pôr termo.
Uma completa indefinição daquilo que o caracteriza,
Um vulto vagueando por entre as pessoas,
Consciente de que enquanto o coração bater
Existirá uma ânsia incontrolável de prevalecer.
Um querer mais forte que querer…
Um desejo de conquistar o supremo,
Um olhar vitorioso depois de uma luta sem igual,
Um sentimento de valor… valor pessoal.
Esse poeta contínua à procura de si…
Não em si, mas sim por esse mundo fora
E quando ambos se encontrarem
Nova tinta irá despontar nessas páginas prometidas.
Foto:
As páginas da minha vida... de
Miguel