A árvore que afinal árvore não é…

A árvore que olho através da janela
Voltou a ganhar cor, frescura…
Deixou crescer folhas, nascer flores
E por fim, deixou que se aproximassem os pássaros.

Pássaros que se apaixonaram pelo seu perfume.
Aroma adocicado e viciante
Que também a mim me seduz,
Faz-me levantar, ir mais adiante.


Observo-a da janela do meu quarto
E com ela todas estas aves
Que, em círculos, voam admirando-a.
Todo o seu magnífico porte.


Toda a sua grandiosidade e sumptuosidade.
Segura por fortes raízes
Que abraçam o solo em sua volta
Uma perfeita harmonia entre elementos.


Tão natural como eu me apaixonar por ela.
Todos aqueles cabelos pendentes e macios,
Essas pele que alegremente toco,
O perfume que cheiro das suas flores.


Doido, chego a rivalizar com tudo,
Com os pássaros, com o solo, o ar.
Não permito que eles te toquem,
Árvore, árvore da minha vida.


E se árvore não fores?
Se assumires forma humana?
Todas as características ditas e reditas
Se multiplicarão após a metamorfose.


Amarte-ei ainda mais depois de tal
Continuarei a manter-te viva
Sem qualquer indício de fraqueza
E assim crescerás, e eu contigo…