Palavras desencontradas...
Sandro Miguel Lourenço Gomes
A gélida distância
No tempo que já passou...
As tuas palavras gelaram o meu coração,
Não passou de uma questão de amor,
E uma fria verdade, sem calor.
As tuas palavras chegam a ser vazias,
Parecem ser ditas por obrigação,
Cruéis e angustiantes palavras.
Sem qualquer sentimento inerente,
Palavras ditadas ao vento,
Perdidas, palavras sem emoção.
Antes, absorvia as tuas palavras,
Elas incendiavam a minha pele,
Agitavam a minha alma de poeta,
Tornavam-se em grandes poemas,
E, no fundo, acalmavam-me,
Acentuavam o meu espírito.
Agora sinto tristeza nas tuas palavras,
Frias, apagando a minha última esperança.
São palavras desencontradas,
Palavras que nada dizem, mudas,
Presas ao papel, apenas,
Palavras que nada mostram,
Além do pouco que não dizem.
Fazem-me duvidar estas palavras,
Da tua indiferença,
Onde o carinho tende a estreitar.
Foram-me cravadas, no peito, facas,
Lâminas cruéis da realidade,
Mesmo no meu coração de apaixonado.
Como podes, tu, matar alguém?
Apenas com palavras desencontradas.