Inverno

Inverno, manhãs doces de inverno,
Límpidas, tardias e longínquas.
Favorável às emoções das musas
E ao enigma da carne das amantes.

Quem és, que transformas árvores
Em iluminações dissemelhantes
E enlouqueces as rosas resistentes,
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?

Por que gelaste as vibrantes asas,
Alma dos céus, amor de coisas várias,
O inverno abateu-se sobre as casas!

Anjo luminoso e astral
Preservadora de santas e de estrelas...
Que importa a noite escura escondê-las?